Talvez você seja novo por aqui! Se for, seja bem-vinda e bem-vindo. Recentemente, devido a indicações aqui no Substack, ganhei alguns novos seguidores. Somos poucos (se comparados às newsletters que acompanho por aqui), mas somos.
Pensei em me apresentar, (re)contar minha história, mas não creio que tenha falado de mim de maneira cronológica ou sistemática. Quem me acompanha já sabe algumas coisas sobre mim. Está tudo aí, publicado nesta plataforma que tenho há quase dois anos (já?).
Mas eu estava lendo os textos mais recentes do Matheus de Souza, da Newsletter Passageiro, e fui inspirado pelas memórias do autor e suas reflexões sobre viver de/pela arte. Em seguida, o texto da Fabiane Guimarães sobre hobby, paixões e escrita, trouxe à tona outras questões (links abaixo).
E tudo isso me levou à reflexão de que uma das formas de (me) compreender melhor é repensar o passado. Evocar as minhas memórias para canalizar melhor as minhas paixões – minhas escritas, meus combustíveis.
Nos primórdios da internet
Eu escrevia e fazia um bocado de jornalismo antes mesmo de saber o que era isso. Já no ano 2000, 7ª série do Ensino Fundamental (de uma época em que ainda não tinha o “9º ano”), eu escrevia para um site cuja temática era Pokémon. Lembro-me de fazer resumos de episódios, adaptar notícias de sites em inglês, entre outros tipos de conteúdo.
Eu comprava as revistas Pokémon Club e Herói, nas quais me abastecia de muito conhecimento sobre questões importantíssimas como, por exemplo, os episódios cortados pelo Cartoon Network no Brasil – e que mais tarde seriam baixados em japonês, com qualidade baixíssima de imagem, para a tela do meu computador 586 – uma espécie de intermediário entre o popular 486 e o recém-lançado “Pentium”.
Na época, eu conheci muita gente bacana. Não tenho muitas lembranças, mas eu devia participar de fóruns do assunto, incluindo a nova paixão que surgia no período: uma série de livros sobre um bruxo britânico. Em algum fórum, ou talvez alguma comunidade no Orkut (eu realmente não me lembro), conheci um amigo, o Michel, que cheguei a encontrar em um evento de anime em 2002.
Anos mais tarde, por alguma coincidência ou amigos em comum, nos reencontramos no Twitter e Instagram. Mas foi só há duas semanas que nos reencontramos pessoalmente, em um desses encontros do tipo “vamos marcar” que realmente foi marcado.
De certa maneira, esse reencontro foi também uma forma de relembrar um passado esquecido. Esse passado que também nos ajuda a lembrar de onde viemos e dos ingredientes que fizeram nosso presente. Essas lembranças que nos alertam que é possível ressaltar alguns sabores de antes: temperos de dias passados que perderam o sabor só porque exageramos muito no sal em algum momento dessa receita constante que é viver.
Caminhos dos outros e o meu caminho
Ultimamente, venho lendo muito sobre os caminhos trilhados por outras pessoas. As newsletters que citei, os cursos que fiz neste ano, e a própria experiência do meu amigo, que também escreve e tem seus projetos que se assemelham aos meus.
O mais difícil é filtrar essas inspirações e compreender qual deve ser o meu caminho, o que faz sentido para mim.
No meio do meu caminho tem algumas pedras. Algumas fui eu mesmo que coloquei. Outras foram colocadas. Voz passiva, sem agente.
É difícil não se comparar. Não pensar o que pode ser feito, não questionar o tempo que parece correr rápido demais para o ritmo das minhas pernas. Mas tem momentos em que eu me acalmo e tento entender que a história que eu escrevo é minha. O caminho tem que ser apenas meu. E as pedras também são minhas, não importa quem as tenha colocado.
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Fico feliz de estar com você nessa jornada, Dani 💜 Você é incrível, adoro te ler!